domingo, 31 de maio de 2009

A vida que eu não pedi a Deus.


Esse é um daqueles momentos difíceis, que ora ou outra nos encontramos com um dia cinzento, por mais que o sol esteja brilhando lá fora, lhe chamando pra viver... Este artigo é meio melancólico, acho que como todos os outros que escrevi até aqui... é essa a tônica em questão: um ligeiro inconformismo com a mesmice cotidiana, aquele indagação sem sentido de o porque das coisas serem desse jeito e não de outro, por que diabos estou aqui e não numa praia paradisica em algum lugar do mundo?

Essa é a vida que você não pediu a Deus?

Estranho, pois às vezes eu também penso assim...e penso no que me levou até aqui, se nada é por acaso!

Dizem que o ser humano por uma questão de sobrevivência, tende a esquecer certos traumas...um instinto natural, como por exemplo, "não lembrar de nada, segundos antes daquele terrível acidente". Graças a Deus, este não é o caso aqui. Isso foi só um exemplo, creio que até ruim. Então, o que me aflinge?

Nossa, eu poderia fazer uma lista das boas, de coisas que também certamente seriam idênticas à você, mas... é melhor ser mais objetivo. TUDO ME AFLINGE. E não sou nenhum louco, e nem tão pouco acho que isso me levará a esse fim, ou, a uma cadeira de terapia. Pelo menos não agora, né.

Mas, voltemos ao tema... e nos perguntemos de novo, "porque eu aqui e não ali"?

Bom, eu não estou reclamando de nada de tão absurdo assim, eu até que sou "conformado" com a situação... Não, é mentira! Não fossem os "por menores", estaria tudo ótimo pra mim. Eu só queria ter umas dificuldades mais "comuns". Um emprego que não fosse tão na contra-mão do que acredito, uma vida conjugal normal (e o normal pra mim seria poder ter uma briguinha de vez em quando depois dos meus já quase três anos de casado) acordando todos os dias com a minha esposa, ter um pouquinho daquela rotina: trabalho, almoço-familia, trabalho, fim de expediente, sossego do lar, mulher, filhos, jantar-familia, sexo, sono, nenem acordado no meio da madrugada, cochilos no meio da madrugada...pra "acabar" no inicio do ciclo outra vez, café da manhã às pressas, trabalho, almoço-família..., fim de semana em família, probleminhas do cotidiano, pagar contas, trocar o gás, botar o lixo pra fora... É PEDIR DEMAIS QUERER ISSO?

Eu só queria ter esses pequenos problemas-soluções em minha vida. Esses pseudos-problemas são, na verdade, o tempero da vida...não nos resta muito além disso. Isso na melhor das hipoteses, colocando que se consiga alcançar aquilo que a sociedade nos reservas, sem desvios. É fato. Mas, o pior de tudo isso é saber que o maldito do cazuza tinha razão: "o tempo não pára". E que felizes eram os mamonas assassinas, fazendo da vida uma piada em andamento...rindo à toa, literalmente. Mas será que aquela era a vida que eles pediram a Deus?

Hoje é domingo, e pra ser bem sincero eu nem queria estar aqui escrevendo agora, mas, também não estou aqui forçado. Tanto a querer, tanto a relegar, a se esquivar...tanto a não ter. Tanto a se buscar e tão pouco a fazer. A não ser esperar os "tic tac" do relógio correrem. Uma espera que não tem fim.

Essa é a parte boa da vida que eu não pedi a Deus. Que parece não ser muito a se negar, mas, é um fardo extremamente pesado a se carregar...ainda mais com tantos fardos que vamos jogando às costas pelo caminho.

O calor está de rachar, mas, o dia está realmente cinzento.

Jefferson R Lima

Nenhum comentário: