quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Não dá pra ser feliz, não dá...


Entregue à própria sorte, nessa selva, onde a lei é a do mais forte, indefeso, carregando todo o peso. O homem não consegue suportar. Não sabe como lidar com a vida que a vida lhe dá. Está de mãos e pés atados, incapacitado de fazer o que é capaz. Jaz morto-vivo no mundo. Reduzido a vagabundo. Sem poder sorrir, sem poder sonhar, sem poder... Sempre no mesmo lugar. Sem trabalho, sem sustento, sem moral. Rendido, ao relento, feito um animal.


"Eu vejo que ele berra, eu vejo que ele sangra. A dor que tem no peito, pois ama e ama...Não dá pra ser feliz, não dá pra ser feliz..."


O destino testa a sua paciência instigando o seu instinto de sobrevivência. Vergonha, estresse, medo. Engolindo seco, respirando azedo, o bicho-homem atrás de migalha. O homem-máquina precisando de batalha. Desativado, vivendo de favor. Lutador que não pode jogar a toalha. Tentando manter sua dignidade. À procura de uma oportunidade. Na guerra contra o tempo tá ficando tarde. Inocente cumpre pena num sistema covarde.


"Guerreiros são pessoas tão fortes, tão frágeis...Guerreiros são meninos no fundo do peito...Não dá pra ser feliz, não dá pra ser feliz..."


O homem, bicho, domesticado, se vê desesperado se vê sua ração no mercado, mas não pode pagar. E vê sua razão sem saber o que falar, e a necessidade lhe dizendo pra comer, custe o que custar: matar, morrer..."O homem também chora..."O homem não é fera, foi jogado fora, foi violentado em seu direito de viver. Vive sem vontade, morre sem saber. Perde o equilíbrio, cai. Se destrói. E o mundo se distrai. O mundo se desfaz com tanta disputa e faz que não escuta a sua voz que diz:"O que será que eu fiz? Só tenho cicatriz...Não dá pra ser feliz" "O homem se humilha se castram seus sonhos. Seu sonho é sua vida e vida é trabalho, e sem o seu trabalho o homem não tem honra. E sem a sua honra, se morre, se mata. Não dá pra ser feliz, não dá pra ser feliz..."

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A(o) senhor(a) e-leitor(a): VOCÊ.

Caros leitores e caros "e-leitores", cá estou de novo. Por gostar de estar aqui, e também por aquela necessidade absurda que tenho de me expressar, nem que seja para a linguagem matemática do computador que transforma em visual tudo aquilo que não vemos por trás da mágica da tecnologia computacional, etc.



Mas e então amigos, e do que quero falar agora?

Ora bolas, do que só se fala ultimamente nos quatro cantos deste país, e que se falará ainda mais nos próximos, sei lá, 50 dias. Sim, sim, acertou quem disse: E L E I Ç Õ E S ! ! !



Eu não sei o que acontece, mas, pensou que fiquei menos impaciente com todo aquele processo que se vive nessa epóca - visto que me refiro do ponto de vista de quem desde os 9 anos de idade, viveu dentro desse meio. Parece que minha paciência ou melhor, minha ociosidade não quer mais saber de processo eleitoral nenhum, pelo menos não agora. Sinto que nunca estive tão desligado da politica de Couto em toda a minha vida - e olha que tenho motivo pra estar "a mil", tendo um pai candidato. Mas, não se preocupe, caro amigo e-leitor, apesar de já ter feito indiretamente, não vou ficar fazendo lobby pra ninguém. Nem mesmo fazer menção alguma a candidato algum, seja quem quer seja. Meu negócio é 'mazelar'. Isso sim, eu faço e farei. Mas, não dá pra não mexer nos personagens dessa história, dá?


Bom, nomes ou siglas, eu não falarei.

Mas, já participei de digamos "uma reunião e meia" de uma mesma sigla partidária aqui, nesses ultimos dois dias. Já pelo que vi, deveria mesmo era ir pra casa ler um livro, sei lá. Mas, não posso deixar esse momento passar. Então, resolvi que pelo bem da imparcialidade e da igualdade de condições, vou participar das reuniões (pelo menos uma vezinha) das outras agremiações partidárias. Mesmo sabendo que vou sofrer bastante [:(].


Tudo bem, ninguém falou que seria fácil.

Mas, voltando às duas primeiras reuniões... Minha sincera opinião é: F O I T R I S T E ! ! !


Só se salvou realmente o último homem a falar - que quem mora aqui sabe quem é, não é mesmo?!!!

Mas, o nível (via de regra sempre foi assim) dos candidatos está muito baixo (sempre estará). Seja na oratória, seja na postura em frente ao público ou no contexto das coisas que se fala (já que não se fala em projeto, pelo menos). Esse negócio é complicado de se analisar, mais ainda de se comentar. Os "riscos" de se sair arranhado aqui são enormes. Estamos falando da falta de eficácia/talento (termos usados aqui para abrandar os "adjetivos") dos candidatos, muitos deles, amigos meus, familiares, conhecidos, colegas de trabalho, enfim... gente que vejo praticamente todo dia, e que pelo menos até antes de publicar esse artigo, me dava muitissimo bem. Mas, também a preocupação nem é pra tanto, eles estão muito ocupados para sequer imaginar que tenha alguém opinando sobre isto. E além do mais, "quem está na chuva é pra se molhar", e tá todo mundo querendo se molhar nesta chuva.


Fico me perguntando às vezes, o que esse povo faz ali com o microfone na mão, e pior ainda, o que eles estão fazendo ali na política - por que político é que eles não são.


Acho que estou meio exaltado hoje. Por favor, ponderem um pouco as minhas palavras - eu devo estar "naqueles dias de TPFI - Tensão Por Falta Intelectual". Mas, não dá pra eu fechar os olhos, "deixar pra lá", dizer que eu não tenho nada a ver com isso (tem gente que ao ler isso pode até pensar "nossa, quem esse cara pensa que é pra falar assim?") Pra começar eu sou eleitor - vamos nos prender a essa definição mínima. E claro que eu tenho a ver, e claro que você tem a ver também. Por que depois que passa a eleição, aí "babau".
Aí, fica mais difícil retroceder, contornar uma situação.
Penso comigo mesmo "do que adianta, se pudesse mudar aquelas caras, quais as caras que poderiam estar ali?". É fato. Falta "material humano". Falta gente capacitada, "gente boa tem demais, sempre". O que se precisa ali é gente que realmente possa unir o útil (ser um bom agente político) ao agradável (entender o papel da política e gostar dela).
Isso é pedir demais?
Possivelmente sim. Por isso é que quero, não pedir, mas, fazer um apelo: Não votem no candidato (que é diferente de político) bonzinho, só porque ele é "bonzinho". Como disse, o meio político tá cheio de "gente boazinha", mas que não entende como fazer as coisas acontecerem, nem conseguem ver como o futuro está se desenhando. Não votem no seu tio, só porque ele é o seu tio. Porque ele ainda continuará sendo seu tio pelo resto da vida. Mas o "titio", pode não saber o que é bom para o futuro dos seus sobrinhos, nem dos sobrinhos dos outros.
Se você acha que terá problemas de consciência por não votar em alguém, então pense na sua consciência amanhã, quando o candidato que você ajudou a eleger, nem ao menos lembrar que tem uma.
E se não pudermos eleger o melhor, ou, os melhores...então, votemos ao menos naqueles que possamos julgar "menos ruins".
Algumas coisas devem ser substituídas em relação à forma como as pessoas vêm a política. Não adianta odiá-la, porque ela sempre estará ali. O melhor a fazer é tentar mudá-la. Fazer parte, dar idéias, questionar, criticar. Deixar o estado inerte que se vive enquanto cidadão para ocupar o seu lugar de direito na sua sociedade. Ser uma pessoa ativa e participativa.
Reivindicar seus direitos. Valorizar o esforço feito pela geração anti-ditadura, que queria por tudo ver o dia em que as pessoas pudessem ser livres para escolher. Mas, não omissas nem indiferentes com aquilo que se conquistou a duras penas.
Essa é a história da política de Couto Magalhães, que não por acaso, é igual à história de um todo um país.
Tenha uma boa reflexão e uma boa e-leição.