segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Castelo de areia...


Há um momento na vida em que chegamos à seguinte conclusão(ou questionamento): "Tudo o que sonhei era apenas um grande castelo de areia, afinal"?(e depois, num conformismo amargo abaixamos a cabeça em sinal de um triste positivo).


Querer ser o "certinho" em tudo é errado. Que contradição - É ERRADO QUERER SER CERTO.

Logo, suborne o que for subornavel sem se preocupar em ser julgado pelos outros por isso. Vá em frente e dê esse "bom" exemplo às crianças presentes, tudo bem;
Entregue-se aos prazeres passageiros da carne, ainda mais que eles são tão passageiros afinal - Não leve à frente essa "cafonice" de querer ser o príncipe (ou a princesa) encantado(a), que só mesmo nos contos de fada é fiel, porque nos "contos de foda", ele/ela sempre manda ver diante das oportunidades, e danem-se os bons constumes e valores morais e os hipócritas moralistas de plantão que não saem da frente da televisão na hora da novela das oito.
Desobedeça pai e mãe, afinal, eles só servem pra lhe impor regras, regras que a sociedade não cumpre mesmo. Eles dizem, meu filho não roube - e o jornal lhe diz, governador do Distrito Federal é filmado recebendo dinheiro ilegal... a mãe diz: "Filha, se for beber não dirija, tá"?! E a música no rádio diz: "beber, cair e levantar, beber, cair e levantar".
O cidadão quando comete um crime contra a sociedade vai preso para pagar essa dívida, e o que a sociedade faz? Recebe a dívida e fica com o resto da vida desse cidadão de "troco", que sai de lá marginal, assassino, traficante, bicha (não por opção, mas por instinto de sobrevivência), às vezes ele sai com a dignidade recuperada, numa oração póstuma frente a seu enterro vazio, sem amigos, sem parentes.

E assim caminha a humanidade, né. E nós, que tentamos viver dentro das "regras", respeitando o ser humano com suas mínimas diferenças, se solidarizando com quem precisa, idealizando uma vida feliz realmente, mal sabemos que vivemos num estado anestésico frente a realidade, que realmente tudo aquilo que achamos ser o certo, não tem lá tanta praticidade no mata-mata diário da vida. Que o nosso solidarismo é hipócrita, demagogo, vil. Que na verdade, não estamos nem aí pra nada. Pras vítimas das guerras, da fome, do racismo, para o corruptos, enfim, nada disso importa até que sejamos afetados bem no fundo do peito, mas o pior é saber que já nascemos afetados por isso, daí não sentirmos tanto. Não conseguimos enxergar que nossos sonhos todos, são apenas castelos de areia. Castelos de areia feitos à beira-mar, à espera da próxima onda.



terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sonho meu, sono meu.


Esse artigo é sobre sonhos...realizados, jogados fora, perdidos, impossíveis.

O que andamos a fazer dos nossos sonhos hoje em dia?
O que sonhamos hoje?
Nós, que somos jovens ainda, mas que em pouco tempo, seremos adultos que viveremos apenas à sombra daquilo que sonhamos um dia, mas que por alguma razão inexplicável, injusta, sem motivo aparente, não se realizou. Fugindo três ou quatro linhas do nosso tema, vou colocar uma questão "secundária": daqui a alguns dias, acontecerá o tão falado Forúm de Copenhague, que discutiram questões que envolvem diretamente a realização ou não desses sonhos como um todo - a raça humana poderá existir ainda daqui a algumas décadas? Aí, "hasta la vista sonhos".
Voltando aos sonhos. Sonhar é tipíco de quem tem esperança, de quem planeja, projeta...de quem luta. E, esperança, planejamento, projeto, luta, garra, força...são sinonimos de JUVENTUDE, de JOVENS! Então, me vem novamente uma pergunta à mente: O que os jovens de hoje tem pra si como "sonhos"(metas, planos, esperanças para o amanhã)? Baseado em que são levados a querer o que querem, e baseados em que, são levados a acreditar que são capazes de alcançar estes objetivos?
Sempre que ouço falar em ditadura militar, lembro que naquele tempo os jovens (os zé dirceus, fhc's, dilmas, serras, caetanos, gils, chicos e tantos outros) tinham um sonho em comum: o de SEREM LIVRES. E o que eles fizeram? Foram atrás disso, ainda que a alguns isso lhes tenham custado o exílio, a tortura e a própria vida. Mas, nem todos lutaram por este sonho - todos usufruiram dele, mas nem todos lutaram. Naquele tempo, ao que parece, todos esses homens e mulheres, eram "apenas rebeldes", um bando de desordeiros, etc... Mas, muito mais do que isso, eles eram predestinados, convictos da importância de se realizar aquele sonho - que hoje ocorre em muitos países ainda. A maioria daqueles que participaram daquele sonho, estão hoje por aí, vivendo aquele sonho tão sofrido. E nós também. Os jovens de hoje, o futuro da nação. Será mesmo?
Hoje, vivemos a liberdade conquistada a duras penas. De gente que tinha inteligência suficiente para se manter vivo. Mas que decidiram lutar, ir contra todos os perigos que não eram pouco.
Muitos daqueles jovens, não eram diferentes dos de hoje: eram pobres, precisavam trabalhar, tinham família, gostavam de sexo, agitos, diversão, de encarar o perigo, enfim. E num país do tamanho do nosso, conseguiram gritar e gritar alto, tanto que esse grito fosse ouvido aqui, às margens do rio araguaia (conhecem) e eclodisse numa das mais sangrentas guerrilhas da nossa história. E hoje, estamos aqui, "livres", para ir e vir...para fazer o que quisermos (tudo aquilo que é permitido e algumas coisinhas mais também). E o que fazemos com isso? NADA. Levados pela maioria, nos contentamos a aceitar e fazer parte dela. Oprimidos pelo excesso de INFORMAÇÃO INÚTIL, pelo desespero CONSUMISTA, MATERIALISTA, acreditamos que o nosso maior sonho É PODER SER E TER - Sem nem ao menos sabermos o que é esse ser que buscamos. Ter, precisamos a todo custo, por isso estudamos, por isso nossos pais se sacrificam para nos dar uma boa educação(?). Somos vitímas, isso sim. Vitíma da falta de planejamento talvez daqueles jovens que queriam ser livres, mas, que não pensaram bem ao certo o que as outras gerações iriam fazer com tanta liberdade. Drogas, prostituição, analfabetismo, fome, miséria, falta de perspectiva...tudo isso veio junto no "pacote" da liberdade. E nós, somos relutantes em aceitar que isso seja verdade. Que somos fabricados para ser o que somos. Caricaturas com nome, identidade, CPF e endereço. Vulgarmente chamados de CIDADÃOS LIVRES. Presos com inúmeras correntes invisíveis aos pés. E sonhando. Sonhando em ser o próximo BBB, a próxima capa da playboy, o próximo Pelé, Xuxa, Roberto Carlos (o "Rei"), enfim, estes são os nossos sonhos hoje em dia. Com tanta informação de qualidade disponível e ACESSÍVEL, mas, NÃO DIVULGADA, com tantos meios de comunicação eficientes, formas de se trocar experiências, de interagir, este é o perfil de nossos jovens hoje. Na verdade, não buscamos um sonho, vivemos sim é num estado de sono profundo, de transe. Qual é mesmo o seu sonho?