quarta-feira, 22 de abril de 2009

Porquê escrevo???

Me lembro que quando era criança, estava sozinho no quarto com uma "lapizeira" e um pedaço de papel. Daí, comecei a escrever uma carta (sem saber escrever ainda, claro). Se fosse pra vizualisá-la, a carta seria mais ou menos como um monte de "m's" emendados. O assunto, uma carta de despedida, eu iria fugir. Claro que não fugi. Com a inocência digna de um menino de 5 anos, chamei minha mãe e disse a ela que tinha escrito a carta. Ela, claro pediu para que eu lêsse a carta para ela. E eu, muito solitico a "li" na sua total plenitude. Não cheguei a assustar minha mãe com aquela carta, ao contrário, arranquei boas gargalhadas com um doce "você vai deixar sua mamãe"? Aquilo foi argumento suficiente para eu dar fim à minha carta de despedida. Sempre fui um pouco "imaginativo", digamos. Acho até que se tive tido o incentivo certo, seria um bom escritor "de meia página".  Anos depois me tornaria um "mestre" em escrever "cartas que não chegavam". Principalmente "cartas de amor", na verdade, agora vejo que eram mais cartas de paixão. Alguns anos depois, tentei escrever "poemas", inspirados por essas paixões de adolescentes. Mas, não é fácil falar de sentimentos, menos ainda do "pai dos sentimentos", o amor. Pior ainda é escrever (passar para o papel aquilo que se pensa). Hoje, com 29 anos, ainda sem ter terminado meu curso "meia sola" de filosofia(vide meia sola por o aluno ser meia sola), não consegui perder a mania de (pelo menos tentar) escrever. O problema é sobre o que se escrever. Eu na verdade não tenho assunto especifíco, isso por que, claro, não sou especialista em nada. Mas, sinto essa necessidade batendo lá dentro da minha cabeça oca, e talvez por ela ser oca, é que faça tanto barulho assim. EU PRECISO ESCREVER. Quando digo que não sei sobre escrever, páro. Fecho os olhos, respiro fundo e "vejo" tudo aquilo que preciso ver pra digamos "me inspirar". Os pontos de vista, a subjetividade humana, as bençãos que Deus nos dá, a revolta que o homem causa em si mesmo, o amor, a falta de amor...pronto. Aquilo que era um problema pela escacês, agora, paradoxalmente, virou um problema pela quantidade enorme a se considerar. Mas, daí, olho pra barra de endereço do meu navegador e vejo o nome do meu blog lá, "mazelas coutoenses". Bingo!!! Tá aí as respostas pra todas as perguntas. Vou escrever (também e principalmente) sobre as mazelas de Couto de Magalhães. Mas, pra quem mesmo ler?
É que as pessoas aqui não lêem. Pelo menos não lêem este blog. Há não ser meu amigo Hiroshi, que confessou esses dias que vez ou outra dá uma espiada. Amigo é amigo, né...(rsss). Mas, vou rolando a bola, o jogo segue, e o tempo não pára (parafrasear é preciso). Acho que a verdade (se existe verdade) é que escrever pra mim é me descarregar, me livrar de tudo aquilo que fica preso no meu consciente e no inconsciente (se ele quiser). Ponho para fora tudo de ruim que me sufoca, e tudo de bom que tento dividir com as pessoas a quem estimo, e também a quem quiser se aproveitar disso, sem hipocrisia, se quiser pegar carona na minha felicidade tudo bem, isso não vai fazer diferença mesmo. Além do mais, escrever é bom. "Tão bom quanto pintar com L"... Opa, peraí, parafrasear artistas, pensadores e os zé ruelas da vida sim, mas fazer propaganda NÃO. Propaganda aqui só de mim mesmo, o escritor sem leitores. "O mazeleiro de Couto". O cara não sabe ao certo responder sequer uma pergunta simples: "Por quê escrevo?"